28 de dez. de 2012

"TUM"

Ao ressoar da música, era sempre ao ressoar de qualquer toque, de qualquer música...
Seja a mais calma ou a mais forte.
Preferia as mais calmas, as mais nostálgicas, as mais sentimentais, as que falavam de sua dor.

Olhando a volta o que você vê?
Paredes, cadeiras, cd's, posters? talvez, roupas jogadas?, quarto/sala desarrumada?, a luz entra e sai pela fresta da janela que você tanto fechou para não contar os dias.
O sol machuca a sua vista, sair com os amigos apenas agonia mais e mais...

Está ouvindo esse '' tum'' no fundo?
É serio! Há um "tum", não há?
Desligue as caixas de som e ouça o que eu digo... Há um "tum", sei que se parar de ouvir essa música chata, também vai ouvir o "tum"...

Consegue? Não pense sobre como isso pode ser louco, apenas ouça o "tum"... Não você não ouviu, então não tem sentindo ler o que eu escrevi, afinal se não ouvir esse "tum", como poderá entender a importância desse texto e sobre tudo o que ele diz?
Pode continuar, se quiser, sentado ouvindo essa musiquinha com som tão irritante. Não adianta. Você não ouviu o "tum"...


Poucos o ouvem, poucos o percebem e raros são os que lhe dão o devido valor, não ache por algum remoto momento que só por eu falar dele, eu o tenha, ou seja um dos raros... talvez  eu seja um dos que não se encaixam, digo, dos que o perceberam. Você já o percebeu?
Creio que ainda não, afinal se o tivesse percebido, saberia que não adianta ler sobre ele, afinal o teria, ou já saberia do que se trata...

Enrolação? Não diria que seja, creio que caia mais para um monologo do que uma própria enrolação. Sentiu um sopro no meio de todo esse calor, uma mudança repentina no seu pensar? Creio que esteja tentando adivinhar, ou botou a sua fé em algo que acredita que seja esse "tum"...
Amor? Me poupe de clichês e todo o romantismo existente no mundo.
Vamos para algo mais prático, agora preciso realmente que se faça o silêncio.
Não é desse silêncio, é da sua mente gritante, que escuto daqui.
Conseguiu, mesmo que por uma fração de segundos?
Então você o teve em mãos.Figurativamente falando. Por que tantos pontos finais?
Por que me obedeceu ao invés de apenas ler?
Não é uma piadinha com a sua cara, se não entendeu, você não sabe o que é o "tum" que eu disse e nada fará sentido.
Que coisa mais estranha poderia ser alguém criar, alguém para escrever seus medos e sua história, manipulando a vida dessa personagem criada...
Complicado seria dizer que escrevi sobre seu sentimento e você não entendeu.
Complicado é dizer que criamos cenas e falas em nossa mente, para na hora do "acontecer" nada sair.
Você sabe do que digo e escrevo, você já passou por isso.


Mudou não foi? Não foi?
Tudo, toda a magia...
É estranho.

É tudo tão estranho quando se muda, não é? Afinal, onde estavam as sinalizações de URGENTE, PERIGO e CUIDADO em todas as decisões que mudariam nossas vidas? Onde estavam nossos pais para dizerem o Sim ou o Não por nós? Por que antes era tão preciso de eu poder dizer "Eu escolhi, eu fiz e não os outros." é tudo tão ridículo.

"E ele o fazia escrever como num conto, na mais sublime mentira irreal, afinal não se é mentira se tudo é uma fantasia? Afinal, não fui eu quem criou aquela historia, aquelas pessoas e enredos, não tinha? Ou na verdade eu sou a personagem, eu quem foi criado e sou a mentira?"


“É por isso que eu não conto às pessoas sobre nós. Elas não entenderiam e eu não sinto necessidade de explicar, simplesmente porque o meu coração sabe o quanto foi real. Quando penso em você, não posso evitar um sorriso, sabendo que você me completou de alguma forma.”
Querido John.












PS: Sobre o "tum"? Você não o ouviu? Então não tem por que dizê-lo...