22 de fev. de 2013

Palavras apenas...


Eu revirei todas as fotos, e todas as lembranças. O gosto salgado chegou em meus labios e o piscar foi inevitável. Passei a mãos pelos cabelos, limpei meu oculos, suspirei, arrumei minha postura e olhei pra longe.
Puxei a cadeira pra perto do pc, parei de digitar, apaguei e escrevi... Inclinei de lado a cabeça, tomei meu leite e fechei meus olhos pra lembrar.
Gosto salgado e apenas um piscar, sorri.

Pela primeira serie em que te conheci, sorri pelos amigos que conheci, sorri pela fase do fundamental 2, sorri pela distância na 8º serie e por conhecer e reencontrar outras pessoas, sorri pela minha conquista no 2 colegial, sorri por terminar meu terceiro, sorri por tantas coisas...
Mas também chorei pelos mesmos motivos.

Não sei o que escrever...

Tomo mais um gole de leite, como se fosse um copo de bebida. Aperta o botão do celular, mesmo sabendo que ninguém me mandaria mensagem as 03:14 da manhã. Penso no que dizer. Penso ao escrever, e no fim escrevo o que não penso. Escrevo 1/8 do que sinto. E isso em faz um bem.

Acredito que na verdade eu é que tenha o medo de ser feliz, as vezes a grosseria é o medo de ser cordial e se decepcionar. As vezes o debochar é uma forma de camuflar os seus sonhos. As vezes o ignorar é motivo para conter as lagrimas que cairiam se dissesse algo.

Infelizmente você não me conhece...

"Tum"


Ao ressoar da música, era sempre ao ressoar de qualquer toque, de qualquer música...
Seja a mais calma ou a mais forte.
Preferia as mais calmas, as mais nostálgicas, as mais sentimentais, as que falavam de sua dor.

Olhando a volta o que você vê?
Paredes, cadeiras, cd's, posters? talvez, roupas jogadas?, quarto/sala desarrumada?, a luz entra e sai pela fresta da janela que você tanto fechou para não contar os dias.
O sol machuca a sua vista, sair com os amigos apenas agonia mais e mais...

Está ouvindo esse '' tum'' no fundo? 
É serio! Há um "tum", não há?
Desligue as caixas de som e ouça o que eu digo... Há um "tum", sei que se parar de ouvir essa música chata, também vai ouvir o "tum"...

Consegue? Não pense sobre como isso pode ser louco, apenas ouça o "tum"... Não você não ouviu, então não tem sentindo ler o que eu escrevi, afinal se não ouvir esse "tum", como poderá entender a importância desse texto e sobre tudo o que ele diz?
Pode continuar, se quiser, sentado ouvindo essa musiquinha com som tão irritante. Não adianta. Você não ouviu o "tum"...


Poucos o ouvem, poucos o percebem e raros são os que lhe dão o devido valor, não ache por algum remoto momento que só por eu falar dele, eu o tenha, ou seja um dos raros... talvez  eu seja um dos que não se encaixam, digo, dos que o perceberam. Você já o percebeu?
Creio que ainda não, afinal se o tivesse percebido, saberia que não adianta ler sobre ele, afinal o teria, ou já saberia do que se trata...

Enrolação? Não diria que seja, creio que caia mais para um monologo do que uma própria enrolação. Sentiu um sopro no meio de todo esse calor, uma mudança repentina no seu pensar? Creio que esteja tentando adivinhar, ou botou a sua fé em algo que acredita que seja esse "tum"...
Amor? Me poupe de clichês e todo o romantismo existente no mundo. 
Vamos para algo mais prático, agora preciso realmente que se faça o silêncio.
Não é desse silêncio, é da sua mente gritante, que escuto daqui.
Conseguiu, mesmo que por uma fração de segundos?
Então você o teve em mãos.Figurativamente falando. Por que tantos pontos finais?
Por que me obedeceu ao invés de apenas ler?
Não é uma piadinha com a sua cara, se não entendeu, você não sabe o que é o "tum" que eu disse e nada fará sentido.
Que coisa mais estranha poderia ser alguém criar, alguém para escrever seus medos e sua história, manipulando a vida dessa personagem criada... 
Complicado seria dizer que escrevi sobre seu sentimento e você não entendeu.
Complicado é dizer que criamos cenas e falas em nossa mente, para na hora do "acontecer" nada sair.
Você sabe do que digo e escrevo, você já passou por isso.


Mudou não foi? Não foi?
Tudo, toda a magia...
É estranho.

É tudo tão estranho quando se muda, não é? Afinal, onde estavam as sinalizações de URGENTE, PERIGO e CUIDADO em todas as decisões que mudariam nossas vidas? Onde estavam nossos pais para dizerem o Sim ou o Não por nós? Por que antes era tão preciso de eu poder dizer "Eu escolhi, eu fiz e não os outros." é tudo tão ridículo.

"E ele o fazia escrever como num conto, na mais sublime mentira irreal, afinal não se é mentira se tudo é uma fantasia? Afinal, não fui eu quem criou aquela historia, aquelas pessoas e enredos, não tinha? Ou na verdade eu sou a personagem, eu quem foi criado e sou a mentira?"




“É por isso que eu não conto às pessoas sobre nós. Elas não entenderiam e eu não sinto necessidade de explicar, simplesmente porque o meu coração sabe o quanto foi real. Quando penso em você, não posso evitar um sorriso, sabendo que você me completou de alguma forma.”
— Querido John. 












PS: Sobre o "tum"? Você não o ouviu? Então não tem por que dizê-lo...

Passos


Aquele caminhar hostil continuava, eu ouvia.
Sim.
Pé pós pé, calcanhar pós calcanhar.
Não.
Terra pisoteada, pedras amassadas.
Sim.
Era em minha direção, mas não via o que era.
Não.
Alternava, assim como minhas afirmações.
Sim.
Nada mais poderia dizer, estava a minha frente, via o brilho dos seus olhos, e só pude dizer:
NÃO!

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Onde estava? Não recordo, não sei o que era e o porquê, mas era importante. Como podemos esquecer coisas importantes?
Olhei meu quarto, cama bagunçada, livros jogados, chinelo torto, roupas amassadas, pilhas de tralhas pra jogar fora, mas sem nenhuma coragem, umas fotos, umas medalhas, umas cordas, uns descascos na parede... E o vazio, algo faltava, e era de muita valia, mas o que era?
Abri a janela, dei de cara com uma parede de divisão de terreno, suspirei.
Ouvi o caminhar, mas não era ali, afinal quem caminharia no corredor detras?

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Me pagaria, assim como todos irão me pagar. O primeiro, perdido como as formigas ao assustá-las, bastava deixá-lo tenso ao ponto de não distinguir seus sentidos de seus medos, um conselho a quem quiser fazer algo sem deixar vestigios, fazer com queo desespero do outro tome conta do local, a ponta de esconder qualquer tipo de prova.
Admito que estou uns niveis de batimento cardíaco acima do normal, mas eu só preciso estrangulá-lo. Você já sentiu o prazer de tirar uma vida? Fazer a pessoa perder seu ultimo suspiro e olhar nos olhos dela enquanto isso ocorre? Também não, mas estou vgiando ha tempos.
E ele continua a ler...

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Batidas na porta, passos  no chão, luzes apagadas. Ultimo suspiro. Uma pressão. Uma luta, um cúmplice. Um cúmplice que continua a ler. Um bilhete esquecido embaixo da cama, mudaria tudo, mas continua lá.

(Ronaldo Mota)

Como fases, elas inciam... Elas acabam.


E não quero que pense que foi em vão só porque acabou.
Só porque não teve o fim que queríamos e desejavámos.
Lutamos pra continuar, até entre nós, e com nós...
Mas a vida quis assim, embora ela nos utilize como forma concreta de decisão.

Não aguentava te ver por perto, mas odiava te ver de longe.
Não aguentava mais as lágrimas que caiam, toda noite, por você.
Não entendia o meu continuar, e o seu principalmente.
Não entendia porquê continuar.
Não entendo.

Não pense, nem sequer por um minuto, que eu estou feliz.
Que eu quis, que eu fiz por bel-prazer.
Não conclua que foi fácil.
Não tente entender.
Faça o que te pedi, e tudo vai se encaixar; na complexidade que sou, irá me encontrar.

Não pense que foi só por você,
Não conclua que é uma despedida de amor, ou é.
Afinal, amizade é uma das formas de amor que existe, não é?
Não pense que é sobre 'ela', pode ser sobre você, onde as minhas palavras foram há tempos.
Não conclua que estou contando o fim de uma amizade terceira, pode ser a sua, alias a nossa.

Entenda de uma vez por todas, eu deixei pistas, eu me entreguei aos poucos.
Você me abandonou aos poucos, e recorreu posteriormente exigindo de mim por completo,
mas se esqueceu das migalhas que me fiz por você, e exigiu mesmo assim...
E eu te abandondei e você não percebeu. Eu coloquei indiretas, mas na sua forma egocentrica,
concluiu que não era pra você, e me perdeu por completo.

A amizade se faz por pequenas partes, por migalhas que as pessoas se fazem,
e nós recolhemos, ás vezes as atiramos ao ar por completo, ou ás vezes as perdemos...
Aos poucos, como você fez...
Me perdeu, e acima de tudo não notou...
Não digo 'adeus', porque afinal, nos veremos, mas digo 'que pena', porque ambos perdemos...


"Nobody said it was easy. It's such a shame for us to part...
 Nobody said it was easy. No one ever said it would be this hard...
 Oh take me back to the start!" ♫

(Ronaldo Mota)