17 de fev. de 2011

Sempre.!

Ele abriu seus olhos,
pensou em tudo o que havia acontecido em sua vida...
Suas escolhas, suas decisões, suas alegrias e tristezas...
decidiu não sair da cama aquele dia.

Ela acordou, ja correndo...
pegou sua toalha, ligou o radio e foi tomar banho,
ouvindo sua musica preferida,
cantava sem se importar com a letra da música, apenas cantava.

Ele se virou pro outro lado da cama, com a taratruga de pelucia que
havia ganho dela ha algum tempo; tempo ha qual ele achou que fosse
a melhor epoca de sua vida.
Jogou o edredon sobre sua cabeça e voltou a chorar como
na noite anterior, antes de adormecer.

Ela estava enrolada na toalha,
penteando seu cabelo, pensando em como se vestir
para agradar o namorado.
Pensando em qual perfume, esmalte e maquiagem que o agradaria;
E ela não podia ser repetitiva.

Sua mãe gritava para que ele saísse da cama,
ja fazia dias que ele não saia de lá,
a não ser pra fazer suas necessidades...
E ele não aguentava mais, precisar por um fim naquilo,
de qualquer jeito.

Ela cantarolava enquanto colocava sua toalha no varal,
pensando em como o namorado estaria se arrumando,
e estava preocupada não tinha se arrumado direito, e fez coisas simples
em sua roupa e maquiagem.
Dali há 5 minutos seu namorado chegaria,
para irem ao shopping comemorar 3 anos de namoro.

Ele se levantou da cama, como suas pernas doiam.
Ele se olhou no espelho, como estava acabado.
Sua barba crescia e lhe dava alergia, suas olheiras de tanto chorar.
Seus labios ressecados, e sangrando, sem hidratação.
Seu rosto parecendo uma caveira.
Ele precisava dar um basta naquilo de uma vez por todas...

Ela aguardou, e aguardou...
Fazia 45 minutos que seu namorado estava atrasado,
e ele não era de se atrasar... O que poderia ter acontecido?
Ligou no celular dele para saber o que poderia ter ocorrido,
porque imprevistos acontecem...
Uma mulher atendeu...

Ele sentou no vaso sanitario, pegou um espelhinho e ficou se olhando.
Seu cabelo ultrapassava seu olhos, ate que dava um charme,
mas ele estava entediado de quem ele era, de como ele era, de como agia.
Ele queria uma mudança, pegou a tesoura e a gillete e começou a cortar seu cabelo,
e a tirar os cabelos de seu corpo...
Foi quando ele começou a se cortar.

Ela ouviu os risos pela linha,
os comentarios, e a voz do namorado dizendo para ela desligar o celular e
voltar pra cama.
O celular caiu de sua mão, sem perceber começou a chorar junto.
Desfez sua trança, borrou sua maquiagem, e correu para o banheiro.
Ela iria mudar.

Ele ficou olhando pelo espelhinho, o sangue escorrendo pelo pescoço
o pequeno corte que abriu ao fazer a barba.
O tanto de sangue que escorria, e ele sorriu, conseguia sentir
outro tipo de dor, outro tipo de sentimento, e isso o agradou.
Aquela dor o agradou.

Ela chorava de soluçar, não sabia onde havia errado,
não sabia o que tinha feito para aquilo acontecer,
ela tinha cedido a sua primeira vez, por que ele pediu.
Ela havia cedido as suas amizades por ele, e ate mesmo uma parte de sua familia.

Ele continuou a cortar o cabelo,
estava se libertando, e riu de si mesmo, achando que nunca iria superar.
Passou gillete em seu cabelo, aparou os cabelos de suas axilas, e do seu sexo.
Lavou seu rosto, e olhou o sangue voltar a escorrer, e sorriu, aquela sensação era boa,
Será que era sempre assim? Experimentou o torax, e seu antebraço,
o sangue escorria, ardeu, a fisgada foi estranha, mas aquela sensação voltou
E sorriu, já sabia como se livrar de seus demonios.

Ela encostou sua testa na parede, enquanto a agua escorria...
E chorou, porem so soluçava não havia mais lagrimas para derramar.
O que ela havia perdido por ele? Tudo! O que ele tinha perdido por ela? Nada!
Ela se odiava naquele momento, a cor de seus cabelos, o tamanho deles,
abaixo do meio das costas, e ela sempre odiou cabelo comprido,
odiou unha grande, salto alto, saias, decotes, aquela não era ela!
O que ela tinha feito com si mesma?

Ele saiu do banheiro, e correu para seu quarto, o que poderia fazer?
O que mais fazer para se livrar daquela dor? Não poderia se cortar mais,
as pessoas desconfiariam, iriam perguntar e ele não poderia responder...
Pegou suas economias, e foi ao mercado mais proximo, ligou para um amigo,
e perguntou se poderiam conversar, o amigo aceitou e ele sabia como poderia
tirar tudo de si, um gole ajudaria, apenas um...

Ela cortava seu cabelo, ela quebrava suas unhas, rasgava suas roupas, e
gritava com seu reflexo no espelho do banheiro,
quebrou seus saltos, jogou fora as cartas de amor,
mas guardou os corações e ursos de pelucios, e se lembrou,
ele tinha descoberto seu gosto, mesmo sem ela falar,
não seu namorado, mas como era o nome do menino mesmo?

Ele chegou na casa do amigo, so os dois, pediu licensa e sentou no sofá.
Mostrou a sacola, e o amigo sorriu, "agora sim podemos realmente conversar"
foi o que o amigo disse, abriram a vodka e colocaram as bebidas em sequencia.
Vodka, tequila, absintro, orloff, 51, dreher, martini, e se lembrassem fariam uma caipirinha.
Quanto mais bebia, mas as dores saiam, mais seu corpo relaxava, mas sua mente se conformava...
"Como ela pode?" seu amigo perguntava, e ele respondia "Eu não sei!"
O amigo so lembra da ultima frase dita e o gole de dreher "Nunca se abandona um amigo por namoro!"

Ela colocou sua calça jeans, seu all star vermelho,
fez chuchinha com seus cabelos medianos, nem passou maquiagem,
colocou um brinco pequeno, e um brilho nos labios, ah sim! Aquela era ela.
Disse para mãe que sairia, mesmo sendo 9hrs da noite, e que demoraria, sua mãe
não reclamou, "Acho que ela sabe" foi o pensamento dela.
Correu ate a casa do amigo, ele nunca a abandonaria, eles tinham uma promessa.
Ele não estava em casa, tinha ido em um amigo em comum.
Ela viu as luzes de ambulancia quando entrava na rua de seu amigo em comum,
e descobriu seu amigo entrara em coma alcoolico.

Seu mundo perdeu o sentido, o que tinha acontecido com seus amigos?
Onde estavão todos eles? Sua amiga tinha se mudado, os outros nunca foram proximos..
E o amigo em comum só gritava "Foi sua culpa, por que abandonou ele? Você sabia. Você prometeu!"
Tudo rodava, primeiro o namorado e agora o amigo...
O que ela tinha feito de sua vida? O que ela fez com a vida dos seus amigos?
Por que ela não percebeu tudo mudar?

Ele não sabia onde estava, tudo era branco, tudo era cinza.
Ele ouvia vozes distantes, discussões, mas não conseguia abrir os olhos,
não conseguia falar, e apagou novamente,
foi então que a viu correndo para ele e abraçando-o,
se pudesse nunca mais acordaria.

Ela corria e não via por onde, uns caras mexiam com ela,
ela prosseguiu sem entender o que falavam.
Alguem fechou-a com uma moto, perguntando se ela não o tinha ouvido.
Ela tentou seguir, ele segurou seu braço, estava machucando.
Ela tentou gritar, mas taparam a boca dela. Cheiro de alcool, era o que ela sentia.
Eles iam estupra-la, ela sabia, e ate concordava com tal fato.
Era um preço a se pagar pelo que fez com sua vida.
Nada mais tinha sentido. Ela viu que alguem tinha um arma.

Ele não podia tomar nenhum remedio, estava entupido de alcool e era alergico a alguns.
Estava desnutrido, desitratado, e havia cortes abertos no seu corpo, e com a queda,
perdeu muito sangue, a qualquer momento ele teria uma parada, ou mais um derrame.
A mãe contou o que havia passado aqueles meses e os ultimos dias.
O medico entendeu que alem de tudo ele não iria lutar.
Como ninguém pode notar uma depressão?

Gosto de sangue, e era o ela estava engolindo. Sangue.
Foram muitos tapas, mas ela havia se vingado, eles estavam sangrando também.
Ela havia pego a arma, e atirado em cada um, sua blusa branca, estava suja,
com areia, e sangue, sua mão tremia, ouvia a sirene do carro de policia,
tudo passou pela sua cabeça. Seus amigos ligavam, para chama-la para sair,
mas ela negava sempre, ate o dia em que pararam de ligar.
Ela lembrava seu amigo, dizendo que não importava nada, eles estariam juntos,
ele sempre estaria ali para ela. Sempre estaria com ela.

Onde ele estava quando eu mais precisei? O policial pediu para ela abaixar a arma.
Ela se apavorou, o que ela tinha feito? Apontou a arma para o policial se afastar,
e se escondeu atras do muro do terreno no qual foi estuprada.
E atirou em si mesma.

As maquinas apitaram, não havia o que fazer ele havia partido.
Ele havia cumprido a promessa.
Sempre estaria com ela, em qualquer lugar.
Sempre.!

2 comentários:

Willian Lopes de Sousa Augusto disse...

PUTA que pariu men!! sem duvidas o melhor que tu fez! dá ate pra transformar num romance(ja esta com estilo de conto) MUITO bom juro pra ti que me arrepeiei com o final. É lindo e triste ao mesmo tempo.
Puta merda ate coloquei o link desse post la no meu twitter rsrs
abração e parabens..e eu falo: escritor é escritor não importa o tempo que passe é escritor.

Tamara Jaldin disse...

RONAAAAAAAAALDOOOOOOOOOO *-* MEU IRMAÃO QUE FODA ESTE POST, MUITO MUITO LINDO & MUITO PERFEITOO , ADOOOREI *---------* ♥