12 de out. de 2012

When I'm Gone


O sol ia se pondo ao fundo e as lágrimas não paravam de rolar, a paisagem não eram a das melhores, aquele cemiterio sujo com as folhas das árvores, com as suas sombras assutadoras, aquela paz que incomoda, que nos faz ver e refletir sobre nós mesmos.
Aqueles corredores cheio de covas, cada vez ficando mais escuros, o horário estava encerrando e mesmo assim, mesmo estando lá desda hora que o cemiterio abriu,  Luisa não entendia e se perguntava por que não havia dado o devido valor, a devida atenção a situação e o que faria agora que Gabriel tinha ido embora para sempre.
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- Meu por que você não para pra me ouvir uma única vez?
- Pra que? Pra você zuar de novo? Sem maldade eu tenho medo de você as vezes, e to com medo agora.

Gabriel a encarou impaciente, e olhando nos olhos dela tentou dizer tudo que não tinha dito, tudo que queria dizer abraçando-a, sabia que estava suado, mas quem não sua, não é verdade? Apenas gesticulou um não e voltou a caminhar deixando-a para trás.
Colocou seus fones de ouvidos e começou a pensar em tudo que ja haviam passado, dito e imaginado e não entendia como pararam onde estavam. Muito coisa, muitas palavras ditas e milhões não ditas. Ele limpava o suor com as lagrimas e não sabia pra onde ia ou que faria quando chegasse ao seu destino desde que se afastasse do que o magoava...

Luisa continua sentada na praça pensando em como Gabriel poderia ser tão confuso, um poço de confusão, e como a confundia. Abriu um pequeno sorriso abaixando a cabeça ao pensar em tudo que haviam vivido. Nem tudo foram sorrisos, mas também nem tudo tinham sido lagrimas. Lembrou de como se conheceram e a antipatia reinando entre eles. E até hoje não entendia, e voltou  a ler seu livro de quimica enquanto bebia seu suco de laranja.
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Ela via um casal chorando ao sair do cemitério, e pensava em quem poderiam ter perdido para lamentarem daquele jeito tão desesperador, e por ser apenas um senhor e uma senhora. E resolveu ir perguntar aos dois, já que sabia o que era perder alguém especial. Afinal Gabriel era seu unico amigo.

- Com licença. Desculpe atrapalhar o luto de vocês, mas me comovi muito e não aguentei, eprdi um ente querido, gostaria de dar minhas condolências...
A sra abraçou chorando, uma abraço apertado, um abraço de carência, e soluçando ficou um tempo e o senhor a olhando serenamente. Não aguentando mais, ela afastou a sra sorriu para o senhor atrás, enxugou as lágrimas da sra e perguntou quem era que havia falecido.

- Foi o meu marido, nós haviamos imposto tantas barreiras, sofremos tanto por amigos julgarem, por nossos proprios medo impedirem, por não nos livrarmos de algo que colocamos no caminho para acreditarmos que estavamos bem, e nos casamos ha pouco menos de um ano, mesmo com 60 anos e ninguém aprovando por sermos idosos já, mas esperamos desde os nossos 15 anos...

Já comovida com a história Luisa, voltou a chorar sem perceber, lagrimas escorriam e ela lembrava de um amor parecido, dela com o Gabriel a qual havia tido um caso, mas apenas tinham confundido a amizade. E imaginou por tudo que aquela sra fragil devia ter passado.

- Foi intenso, nossos sentimento eram intensos,parece que vivemos 30 anos nesses 11 meses de casados. E ainda sim parece que o perdi agora.

- Há quanto tempo foi o falecimento, desculpe perguntar?

- Foi há 1 mês, hoje completariamos 1 ano de casados.

- Sei como deve ser, alias, imagino perdi um grande amigo há pouco tempo também, 2 meses pra ser mais exata. Eramos melhores amigos, venho todos os dias, e alguns finais de semana como nesse, que fico confuso venho conversar com ele; sim parece besteira mas me conforta.

- Ahhhh querida, quem amamos nuca nos deixam, afinal o amor é infinito, se foi sincero, se foi verdadeiro ele persiste e você sentirá sempre. Até hoje sinto meu marido perto de mim, e ele sempre dizia: 'Estarei com você sempre, mesmo longe, mesmo morto.' E isso com 15 anos de idade, eramos crianças ainda, mas nosso amor já era verdadeiro, só fomos tolos a perceber, me parte o coração vir sozinha...

- O Gabriel dizia o mesmo pra mim, sabe?  E... Sozinha, mas e esse senhor, de pele macia, olhos castanhos e calça larga atrás da sra, que esta saindo contigo?

Uma lagrima escorreu assim, que a senhora abriu um sorriso e ela respondeu:

- Quem mais poderia ser senão o meu marido?


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Fim.

Autor : Ronaldo Mota
Sexta 12/10/2012
04:07

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